Na manhã desta segunda-feira (06), a secretaria de Estado do Planejamento (Seplan) e a Obra Kolping finalizaram o termo de colaboração para a confecção de 90 mil máscaras por pequenas produtoras impactadas em suas atividades pela pandemia.
A ação contribuiu para a geração de renda às artesãs e doação simultânea para associações, pastorais, organizações não governamentais (ONGs) e prefeituras municipais. Ao todo, foram beneficiadas 313 costureiras, que receberam em média 447 reais, e 179 cortadeiras, que ganharam cerca de 217 reais.
Rejane Tavares, secretária do Planejamento, destacou que, numa crise econômica, as pessoas mais atingidas são sempre as mulheres pobres e as crianças. “Um projeto como esse viabiliza renda emergencial para as famílias em situação de vulnerabilidade. Por isso, agradeço a todas e todos pelo empenho e parabenizo pelo resultado”, afirmou.
A secretária também manifestou interesse em viabilizar outros projetos dessa natureza, reforçando que “vamos identificar outras possibilidades de apoiar a geração de renda nos territórios de desenvolvimento. Esta ação mostrou a importância social da iniciativa e, com isso, convidamos a Obra Kolping para pensarmos juntos novos projetos que se enquadrem em apoiar grupos produtivos nos territórios e que permitam a participação, o fortalecimento, o empoderamento e a geração de renda para as trabalhadoras. Ações que possibilitem a solidariedade, sendo esta uma das atitudes mais sublimes do ser humano”.
Flávia Daniele Oliveira, coordenadora do grupo de mulheres artesãs da Associação de Moradores e Amigos do município de Nossa Senhora de Nazaré-PI, localizado a 30 km de Campo Maior, explicou como a renda extra foi crucial para enfrentar aquele momento na pandemia. “Estava bastante complicado trabalhar com artesanato e esse projeto chegou bem na hora. As costureiras envolvidas me relataram que essa renda foi a salvação delas. Nas duas fases do projeto, recebemos R$ 9 mil para dividir entre 14 trabalhadoras. Nós entregávamos as máscaras prontas e já recebíamos o pagamento”, relatou.
A coordenadora ressaltou que a iniciativa reforçou a parceria entre as costureiras. “Enquanto umas colocavam o elástico, outras costuravam e tiravam as linhas. Foi um trabalho coletivo de solidariedade e de cooperação”, disse. Algumas conseguiram até montar um pequeno ateliê. “Mulheres que sofriam abusos dos companheiros tiveram coragem de sair da relação e se sentiram empoderadas com o trabalho e a renda, além de receberem apoio de todas as colegas”, falou.
A representante da Obra Kolping, Simone Castro, relatou uma série de depoimentos emocionantes de pessoas que fizeram parte do projeto. Segundo ela, “presenciamos histórias de uma senhora que precisava de um celular para que a filha pudesse assistir às aulas remotas, de famílias com desempregados que estavam sem renda alguma e de mulheres que alcançaram independência financeira com a entrada no projeto”.
Uma dessas mulheres foi Antônia Lopes, que se comoveu em seu depoimento. “Essa ação chegou no momento mais crítico da minha vida, quando perdi a minha mãe. Eu já trabalhava com a obra Kolping e cheguei lá pedindo ajuda. Eu tinha parado tudo para cuidar da minha mãe com Alzheimer e estava zerada financeiramente. O projeto me tirou daquela situação, além de ajudar outras pessoas que precisavam das máscaras e não tinham condição de comprar”, afirmou.
Antônia finalizou relatando que “vi pessoas cortando as mangas das camisas para fazer máscaras e elas também foram beneficiadas. Com a união de ONGs, associações e comunidades, nós conseguimos amenizar essa situação tão difícil. Foi uma forma de ajudar e ser ajudada”, concluiu.
