Na última segunda-feira (23), o Consultor de Logística, Paulo Seifer, contratado pela Secretaria de Estado do Planejamento (Seplan), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), iniciou a pesquisa de campo em Miguel Alves para levantar dados que auxiliarão na escrita da Agenda 2030 – ODS Piauí. A proposta da viagem foi conhecer as realidades dos Territórios de Desenvolvimento do Piauí e buscar informações relevantes, a partir de diálogos com representantes do local.
Em conversa com o prefeito Francisco Antônio Rebelo Paiva, conhecido como “Veim da Fetraf”, foi debatido o cultivo agrícola da cidade, focado na cultura de arroz, coco babaçu, mandioca, milho verde e cana de açúcar. “Em Miguel Alves, a agricultura é a porta de entrada para empreendimentos, abrangendo tantos os grandes produtores, como os pequenos, que cultivam até coentro e hortaliças no quintal da sua casa”, disse o prefeito.
Destacou ainda os avanços na psicultura do local, afirmando que “a produção de peixes iniciou de maneira espontânea, a partir da união dos produtores, tendo um aprendizado informal que era repassado de boca a boca, mas que agora já chegou ao patamar de abastecer o município inteiro, que conta com 33 mil habitantes, sendo 68% deles vivendo na zona rural, em assentamentos”.
Após a visita à prefeitura, o consultor conheceu a Associação das Mulheres Quebradeiras de Coco, organização inteiramente feminina que parte da produção da agricultura familiar para produzir e comercializar diversos produtos feitos com o coco babaçu, como biscoitos, bolos, azeites e farinha. “Somos, ao todo, 30 sócias que trabalham com divisão igual de custos e ganhos na cultura do babaçu, que oferece produtos ricos em cálcio e que não só são vendidos para instituições locais, como também são usados na merenda escolar do município”, ressaltou Maria Alice Pereira dos Santos, presidente da Associação.
A pesquisa de campo segue por outros municípios do Território Entre Rios e Carnaubais nessa semana, com Chapada das Mangabeiras na próxima semana.
História do município de Miguel Alves
O nome da cidade é proveniente de um cidadão cearense que, no início do século XIX, se estabeleceu na região para fabricar fumo em corda. A produção aos poucos foi trazendo renda para o local, o que atraiu moradores, principalmente devido ao fácil acesso pelo Rio Parnaíba. Com o processo de povoamento, foram surgindo fazendas de gado, chamando a atenção dos balaios, que foram invadindo o território piauiense e travando fortes combates no local. Após a vitória do povo e das consequências da seca, o ritmo de povoamento foi acelerando, chegando a ser vila em 1911 e, no ano seguinte, sendo inaugurado o município de Miguel Alves.