Técnicos da secretária de Estado do Planejamento e coordenadores dos comitês regionais do programa Pro Piauí estiveram reunidos hoje, 25, para a divulgação do novo mapa de risco epidemiológico das regiões assistenciais de saúde e da análise de situação nos territórios.
A superintendente de Estudos Econômicos e Sociais da Seplan, Liége Moura, apresentou o mapa de risco atualizado. “Nós tivemos mudanças durante essa semana, não foram muito positivas, identificamos regiões que se encontravam no nível médio-baixo e passaram para o médio-alto, e isso nos preocupa. O processo de abertura implica em um aumento de casos, porém, esse rápido aumento nos leva a crer que é possível estar ocorrendo outras situações que precisamos identificar. Em Parnaíba, o risco passou de médio baixo para médio-alto, houve muitas internações e isso nos preocupa. Piripiri saiu do risco médio-alto, para o médio-baixo, e isso foi positivo, pois era uma região que nos preocupava. Teresina se mantém no risco médio-baixo por quatro semanas seguidas. Em Picos, nós passamos de um risco baixo para um risco alto, então, é uma região que nos deixa em alerta e demanda mais atenção, assim como a região de Bom Jesus e a de Floriano”, explicou.
Bento, secretário de Governo de Floriano, comentou as medidas adotadas pela prefeitura diante do aumento do nível de risco da cidade polo. “Nós proibimos a venda de bebidas alcoólicas no município, e houve decretação de dois finais de semana com o fechamento quase que total, apenas com serviços mínimos, e em parceria com a Polícia Militar e a superintendência Municipal de Transito, realizamos blitz desde a sexta feira até o decorrer do final de semana, o que coibiu movimentação de todo esse fluxo de pessoas e nós entendemos que são medidas eficazes e que vão refletir lá na frente na redução dos números”.
Jussinaldo Duarte, diretor da Vigilância Sanitária de Floriano, disse que a união do lockdown com a lei seca vai trazer seus resultados nos próximos dias. "Nós temos certeza que sairemos dessa situação de risco alto para risco baixo como reflexo de todas as ações que estamos realizando. A nossa zona rural é muito grande, porém, nós aumentamos nossas equipes e temos pessoal específico que sai ao longo dessa região procurando bares, locais que estejam burlando a fiscalização e que são fechados imediatamente. Nós também interrompemos qualquer evento, seja ele público ou privado. É um esforço insistente para nós que estamos na linha de frente para a saída desse risco”, declarou.
João Eudes, coordenador da regional de São Raimundo Nonato, alertou para a crescente sensação de falsa segurança da população. “Nós hoje possuímos um nível de risco médio baixo, porém, é visível que há um descumprimento crônico dos decretos por parte da sociedade, principalmente após a abertura dos bares e restaurantes. É um desafio, por que não são indivíduos isolados, mas sim multidões, verdadeiras aglomerações que se assemelham a carnaval fora de época. Então, há uma falsa sensação de normalidade que nos preocupa bastante. Precisamos, no nosso território, fortalecer as ações da vigilância sanitária, e agregar Polícia Militar e Ministério Público para coibir essas aglomerações, para evitar o descontrole da propagação e para manter o nível de risco baixo no nosso território".
Leila Soares, secretaria de Saúde de Castelo do Piauí, destacou que o grau de preocupação com a propagação da Covid-19 aumentou no território e que a população não respeita os protocolos. “Nós observamos um crescente aumento no número de casos no território. Os municípios, em geral, têm cumprido os protocolos e o calendário do Pro Piauí, e nós temos identificado que as pessoas estão saindo da cidade, onde a fiscalização é mais presente, e se deslocando para a zona rural. Já observamos a realização de grandes eventos, como vaquejadas, que reuniram pessoas de vários municípios. Porém, nós infelizmente não conseguimos mais segurar a população, há um descontentamento, mesmo diante da necessidade de rigidez, de aplicação de lockdown parcial, mas a população tira o exemplo de outras localidades mais flexíveis e há resistência. Então, nós infelizmente aguardamos para os próximos quinze dias um aumento no número de casos e óbitos na região”.
De acordo com a superintendente Liége Moura, se não estiver havendo cumprimento das medidas adotadas pelos protocolos, pode haver a necessidade de suporte de policiamento. "As pessoas realmente estão ávidas pelo lazer, porém, temos que alertar que há um aumento no número de jovens com agravamento, e que estão complicando e sendo levados ao óbito. Então são situações que nós temos que monitorar. Precisamos de um diálogo mais cuidadoso, como já vem sendo feito em Floriano e em Oeiras, com os próprios prefeitos para aumentar o regramento nos fins de semana, porque nós não superamos a pandemia. Pelo contrário, nós estamos aprendendo a conviver com essa situação de forma segura até o surgimento da vacina. Não é preciso ter receio de retroagir se for necessário. Aprendemos com outras experiências, que se for preciso devemos dar um passo para trás”. Concluiu Liége Moura.