O secretário Antonio Neto e equipe da secretaria de estado do planejamento concluíram, hoje (14), o processo de criação dos comitês regionais do programa Pacto de Retomada Organizada das Atividades Econômicas – Pro Piauí. O programa dividiu o estado em oito unidades regionais, com base nas redes assistenciais de saúde locais. Os últimos comitês instituídos foram de Picos e da capital, Teresina.
O objetivo principal dos comitês é ter um olhar mais detalhado das realidades locais. Segundo Jairo Júnior, diretor de Planejamento Estratégico e Territorial da Seplan, a atuação dos comitês envolve um complexo trabalho de articulação, entre prefeituras, lideranças, técnicos da vigilância, polícia, ministério público e as regionais de saúde. "O papel dos agentes territoriais é significativo para o êxito desse programa, pois eles já atuam nesse intercâmbio, desde o acompanhamento ao trabalhar rural, até a relação com o poder público local. É uma iniciativa que aproveita a expertise do modelo de desenvolvimento territorial e vai ajudar a melhorar as ações de saúde e o processo de retomada segura da economia do nosso estado”. Destacou o diretor.
Cada reunião de composição dos comitês regionais contou com a articulação prévia dos agentes territoriais dos territórios envolvidos, com a identificação, o diálogo, a mobilização e a convocação das lideranças e autoridades locais para o evento. Além disso, os agentes ainda compõem as coordenações de cada regional no papel de secretários e assistentes, emprestando sua experiência e conhecimento das realidades locais.
O secretário Antonio Neto destacou a importância do planejamento no processo de contenção do vírus. “O Piauí foi um dos estados que partiram mais cedo no processo de isolamento e, desde então, nós começamos a trabalhar o programa de flexibilização com o enfoque no ambiente de trabalho, na prevenção, nas recomendações sanitárias, na preocupação quanto a aglomeração de pessoas, e no impacto econômico mediante o impacto epidemiológico. É um programa que vê a atividade econômica de forma segmentada e regionalizada, ou seja, a atividade econômica é dividida entre os segmentos e territórios, de forma a evitarmos uma abertura desordenada que trouxesse mais aglomeração. Vale a máxima: aglomerou, pegou. E nosso objetivo é justamente evitar essa configuração e começar por etapas”, disse.
“Todo esse processo foi estudado. Os dados indicam que essa flexibilização ocorre em um cenário de pandemia controlada. Porém, não vai lograr êxito, ou seja, haverá uma escalada nos números de contágio e sobrecarga da estrutura hospitalar, se não houver uma conscientização da população que ainda lidamos com um vírus com alta letalidade e que requer cuidados higiênicos básicos e a manutenção do distanciamento social. Então, os comitês regionais são importantes atores nesse contexto de atuação junto à sociedade na conscientização para o cumprimento dos protocolos e no monitoramento do comportamento social para que havendo descumprimento ou necessidade urgente o comitê central possa rapidamente deliberar uma ação”, explicou Antonio Neto.
A região assistencial de Teresina engloba três território de desenvolvimento: Carnaubais, Vale do Sambito e Entre Rios, é a regional com o maior número de municípios. "É uma região bastante extensa e populosa, engloba desde os trabalhadores de comércios locais até das grandes empresas de Teresina, então é um trabalho de articulação maior e um olhar mais atento para as complexidades dessa regional”, concluiu o secretário do Planejamento.
A Superintendente de Estudos Econômicos e Sociais, Liége Moura, destacou os bons números do território, mas fez observações quanto aos riscos da flexibilização. “Em Teresina, nós passamos por uma extensa fase crítica, de médio risco e agora passamos para o risco médio-baixo. O que nos chama atenção hoje são as regionais de Piripiri, Picos e Floriano, que estão com alta propagação do vírus e a capacidade de atendimento é baixa. Então nosso esforço é um melhor atendimento destas regionais e entendermos que a cada semana pode haver uma mudança, se não houver um cuidado. Então, não é simplesmente aumentar a capacidade de atendimento, um exemplo são os leitos de uti, que além do maquinário específico ainda necessitam de corpo técnico que, hoje, não se encontra disponível, devido a alta demanda do país por esses profissionais".
“Porém é importante ressaltar que nos encontramos em um processo de flexibilização, que apesar de obedecer rigorosamente a um calendário, representa mais serviços que estão abrindo e, certamente, mais pessoas que estão transitando e fora do isolamento. Então é importante manter esse acompanhamento constante e controlar os níveis de propagação. Não podemos incorrer no descuido, pois, haverá mais dificuldade para levarmos o suporte para a manutenção da vida das pessoas”. Finalizou Liége Moura.
O PRO- Piauí define as estratégias para retomada das atividades econômicas em vários setores, durante o período de pandemia. O programa trata de investimentos em áreas sociais, e também, na economia. O grupo é coordenado pela Secretaria de Estado do Planejamento (Seplan), com a participação de representantes da Secretaria de Governo (Segov), Secretaria do Desenvolvimento Econômico (SDE), Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), por meio da Divisão de Vigilância Sanitária; Associação Piauiense de Municípios (APPM), Prefeitura de Teresina, representantes dos trabalhadores e dos empresários e Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems-PI).