Pesquisadores do Observatório de Vigilância Sanitária e Epidemiológica e o Núcleo Multidisciplinar e Interinstitucional da UESPI se reuniram com o secretário Antonio Neto e com a superintendente da Cepro, Liége Moura, além da diretora geral da Vigilância Sanitária, Dra. Tatiana Vieira Souza Chave e técnicos da Divisa, para acertarem um acordo de cooperação para aumentar os esforços contra o novo coronavírus e seus efeitos no Estado.
A videoconferência marcou a apresentação de dois projetos do Observatório para somar aos trabalhos do Governo: laboratório de estomaterapia e o projeto de um aplicativo para ser usado nas barreiras sanitárias.
Apresentação de dois projetos pelo Observatório aos membros do Governos do Estado
AMBULATÓRIO DE ESTOMATERAPIA
O Projeto foi apresentado pela Professora Doutora Sandra Marina, Docente do curso de Enfermagem da UESPI, que, inicialmente, mostrou pesquisas comparativas realizadas durante seu mestrado e doutorado sobre os custos financeiros e para a saúde do paciente quando ele não tem e quando tem atendimento correto para a sua doença.
Os dados confirmaram aos representantes do Governo que os resultados de um bom atendimento feito por profissionais da área, com suprimentos adequados e com atendimento multiprofissional, tudo isso traz consequências positivas para o tempo de internação, que é menor; a ferida tem uma cicatrização mais rápida; evita-se, em muitos casos, a amputação do membro que está com o problema e o paciente, psicologicamente, fica confiante para assumir suas atividades do dia a dia após o tratamento.
O perfil mostrado pela Profa. Doutora Sandra Marina é de um paciente do sexo masculino, entre 20 e 59 anos, natural de Teresina, casado, com ensino fundamental e renda familiar entre um e dois salários mínimos.
Paciente que não precisou amputar a perna porque teve o tratamento adequado
“Nós já tivemos uma experiência de ambulatório de estomaterapia que trouxe bons e grandes resultados para o paciente, em primeiro lugar, e depois para a equipe médica que o atendeu, para o hospital, para a cidade e Estado, porque todos ganhamos quando um paciente, em estado crítico, com o risco de amputação de um membro do seu corpo ou de morte, ele consegue sair curado em um tempo razoável e ainda com ânimo para voltar ao trabalho. O ambulatório funcionava desde 2014 no Promorar. Eu era Diretora e fizemos uma parceria com o HUT para atenderemos pacientes em estado grave com a lesões na pele. O resultado foi excelente. Diminuímos o tempo de internação do paciente de 8 dias para 4. A amputação já não era uma realidade, porque conseguíamos, com atendimento personalizado, curar aquela lesão sem precisar amputar. Todos os resultados positivos foram possíveis pelo trabalho de equipe, como também de instrumentos e equipamentos adequados. Por isso, consideramos que um ambulatório de estomaterapia no Piauí vai elevar o nosso status de referência no Brasil como pólo de saúde e, principalmente, vai salvar a vida de centenas pessoas. Esse é o resultado que buscamos”, afirmou a Professora.
A expectativa é que essa cooperação entre o Estado do Piauí e a UESPI possa trazer quatro ambulatórios distribuídos nas cidades de Teresina, Picos, Floriano e Parnaiba. A autora do projeto explicou que o Piauí tem profissionais na área, pois a UESPI formou 28 especialistas e estes podem capacitar outros que desejam trabalhar na área. Porém, é preciso uma estrutura de recursos humanos, como estomaterapeutas, técnicos de enfermagem, médico cirurgião plástico e vascular, urologista dermatologista, fisioterapeuta, psicólogos e assistente social. Recursos físicos como uma sala com pia e sanitário, maca, cadeira, mesa e outros itens básicos e, ainda, recursos materiais de curativos, incontinência e estomias.
“É importante destacar que esses ambulatórios também irão contribuir nesse momento de pandemia pela COVID-19. As lesões por pressão são corriqueiras tanto em nós, profissionais da saúde pelo uso contínuo dos equipamentos de proteção individual, como nos pacientes por conta da pressão demorada em partes do corpo em função da internação prolongada. Podemos contribuir desde a avaliação precoce até o tratamento mais adequado diminuindo a internação e riscos de uma lesão e da própria contaminação por outras doenças em um ambiente hospitalar”, finalizou a Professora e Coordenadora da Pós-graduação em Estomaterapia da UESPI.
Sobre esse primeiro projeto do grupo Observatório e da Profa. Sandra Marina, membro do grupo, o secretário do Planejamento, Antonio Neto, sinalizou para a execução. Tanto ele como a Dra. Tatiana compartilharam o contentamento com a criação de laboratórios de estomaterapia que irão ajudar o povo piauiense na questão da saúde. O projeto já está cadastrado na Secretaria Estadual de Saúde e agora serão acertados mais alguns detalhes para a finalização de mais uma parceria entre a UESPI e o Estado.
APLICATIVO OBSERVACOVID-19
O aplicativo proposto pelos professores Vinícius Oliveira e Dario Brito é para ser aplicado pelos fiscais das barreiras que o Estado, por meio da Vigilância Sanitária, colocou em algumas rodovias. As barreiras estão trabalhando para identificar suspeitos de infectados pelo coronavírus.
“A nossa proposta é colocar para a Vigilância do Estado mais uma ferramenta para corroborar com o trabalho significativo que os fiscais do órgão já estão fazendo. Não vai demorar muito o preenchimento do questionário, podem ser enviados os dados online, caso tenha internet no local da barreira. Ou, então, quando o fiscal tiver acesso, ele pode enviar esses dados para uma equipe multiprofisional, que vai tabular e analisar as informações da melhor forma”, explicou o Prof. Vinícius.