A superintendente de Planejamento Estratégico da Secretaria de Estado do
Planejamento (Seplan), Rejane Tavares, a gerente de estudos e pesquisas
sociais, Juciara Linhares, e o assessor técnico, Eduardo Batista, estão na
Serra do Inácio para a apresentação da análise dos dados socioeconômicos
coletados na região. A apresentação aconteceu durante o Encontro dos Bispos do
Piaui.
Os dados fazem parte de um levantamento que está sendo realizado pela Seplan sobre os impactos dos grandes investimentos, como a mineração, energias eólica e solar, Transnordestina e agronegócio, na vida dos moradores das comunidades. A ação é um desdobramento da 14ª Romaria da Terra.
A vice-governadora, Regina Sousa, destaca a importância do levantamento desses dados para a construção do Plano Plurianual (PPA):"Agora estamos no caminho certo! Junto ao Estado, as pessoas protestam, mas também participam das discussões de como encaminhar as soluções. Estamos discutindo o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei Orçamentária, então vamos disputar esses espaços, porque todos querem seus problemas resolvidos", diz Regina Sousa.
Rejane Tavares, apresentou o diagnóstico aos bispos e à comunidade da Serra. "A partir dos dados construiremos, junto a comunidade, um plano de ação. A Seplan terá aqui na região um agente que fará o acompanhamento das atividades demandadas", informou ela.
De acordo com o Assessor Técnico da Seplan, Eduardo Batista, o diagnostico vai possibilitar uma visão ampla de como vivem as famílias das comunidades da Serra do Inácio e a criação de um plano de ação que vai propiciar projetos visando a melhoria das condições de vida dessas famílias, "conhecendo a realidade fica mais facil direcionar ações e cobrar beneficios", diz ele.
A diretora da Escola Miguel Arcanjo, na Vila do Mel, Sandecleia Macedo, conta que, inicialmente com a Transnordestina e depois com a implantação das torres de energia eólica e agora as pesquisas de mineração, a vida das famílias da região vem sofrendo grandes mudanças. " A transordesta ainda é uma ferida aberta. Ouvimos falar de progresso, mas nos perguntamos: Progresso pra quem? Nós perguntamos quem irá se beneficiar com tanta riqueza, porque aqui, com o levantamento dos dados, comprovamos que existem famílias em uma situação de pobreza que se pensava não existir mais no Piauí", lamenta Sandecleia.
Durante o encontro dos Bispos, Dom Plinio, Bispo de Picos, fez questão de explicar que não se trata de ser contra os investimentos: " A Comissão Pastoral da Terra (CPT) não é contra os grandes projetos, e reconhece a importância deles para o crescimento do Estado, mas não podemos fechar os olhos para o que está acontecendo com as comunidades que estão sendo atingidas. Precisamos assistir essas famílias e buscar soluções para seus problemas", disse Dom Plinio.