O Piauí registrou taxas de desocupação das mulheres abaixo da média nacional e nordestina nos últimos 20 anos. Este é um dos dados revelados pelo Informe socioeconômico Nº 20 divulgado pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais e Planejamento Participativo (CEPRO) no último mês de julho. Outros dois estudos, revelando dados sobre aspectos como política, educação, saúde e violência analisaram a situação das mulheres no estado do Piauí.
O boletim “Mulher piauiense: política e educação” apresenta e descreve, a partir da coleta de dados, o cenário político e educacional da mulher piauiense. A pesquisa observou a quantidade de candidatas mulheres no pleito de 2022 e o nível de escolaridade a partir da cor e raça. O “Mulher piauiense: saúde e violência”, analisa as questões inerentes à saúde, segurança e longevidade das mulheres. Ambos os estudos partem de dados oficiais disponibilizados por órgãos como IBGE, DATASUS e Secretaria de Estado da Segurança Pública do Piauí.
O ano de 2022 registrou uma queda na taxa de desocupação das mulheres, se comparado ao ano de 2021. A desocupação ocorre mais entre as mulheres que se declararam pretas e pardas do que entre as que se declaram brancas. Apesar de apresentarem maior nível de escolaridade (60,4% tem superior completo), a qualificação das mulheres não é refletida na realidade do mercado de trabalho. “Ainda há uma disparidade muito grande entre homens e mulheres na sociedade”, observa Lara Danuta, gerente de Estudos Sociais da CEPRO. “E, quando a gente vai pro recorte racial, essa disparidade aparece entre mulheres negras e mulheres não-negras”, completou.
No que diz respeito à saúde, o tema sobre a expectativa de vida aos 60 anos de idade foi elaborado a partir dos dados coletados no site do IBGE, abrangendo o período de 2021 a 2023. Observa-se um crescimento da proporção de idosas na população piauiense, o que demanda maior atenção a temas como seguridade social, proteção no mercado de trabalho, acessibilidade e cuidados.
A pesquisa sobre violência apontou, desde 2020, um aumento nos registros de feminicídio no Piauí, assim como nos demais estados brasileiros. Em contrapartida, o ano de 2022 registrou uma redução de 0,84 p.p. em relação ao ano anterior, sendo a maior redução da série temporal analisada no estudo.
“O tema das políticas públicas para as mulheres tem sido cada vez mais importante, a gente observa esse movimento mundialmente, a busca das mulheres por direitos”, comenta Lara Danuta. “A CEPRO faz esses estudos a fim de coletar subsídios, acompanhando e analisando os indicadores para ofertar aos gestores um quadro geral do estado, para que se possa planejar políticas públicas de governo e monitorar os resultados”, completou Robert Bandeira, gerente de Gestão Pública.
Confira os estudos na íntegra:
Mulher piauiense: política e educação
Mulher piauiense: saúde e violência